sexta-feira, 26 de março de 2010

A polegarzinha

Era uma vez uma mulher que desejava muito ter um filho. Por isso foi consultar uma velha bruxa, que lhe deu um grão de cevada mágico.
-põe isto num vaso
- disse-lhe a bruxa - e verás o que acontece!
- Muito obrigada – agradeceu casa. Semeou o grão de ceada, que cresceu e deu uma flor lindíssima, parecida com uma tulipa ainda em botão.
-Que bela flor! – Exclamou a mulher, beijando-a.
Logo o botão se abriu com um súbito estalido.
No centro verde da flor estava sentada uma rapariguinha muito pequenina, bonita e delicada. Não era maior do que um dedo polegar e por isso ficou a chamar-se polegarzinha.
Por berço, tinha uma casca de noz, onde ficava deitada sobre pétalas de violetas azuis com uma pétala de rosa a servir-lhe de cobertor. De dia, brincava em cima da mesa ou atravessava de um lado ao outro um prato cheio de água, numa pétala de tulipa, usando duas crinas de cavalo como remos. Também cantava muito bem.
Uma noite um sapo enorme, horrendo e húmido, saltou pela janela e encaminhou-se para a mesa.
O sapo agarrou na polegarzinha e levou-a para as margens lamacentas de um ribeiro, onde vivia com o filho, também muito feio. E quis que este casasse com ela.
- se a pusermos em cima das folhas dos nenúfares no meio do ribeiro, já não poderá fugir enquanto preparamos o melhor quarto, onde os dois poderão viver! – Disse o sapo.
Colocaram a polegarzinha acordou e viu onde estava, começou a chorar amargamente. Como poderia voltar para terra?
O velho sapo e o filho nadaram até à folha onde a polegarzinha se encontrava. Tinham vindo buscar a pequenina cama para a pôr no quarto dos noivos.
O sapo pegouna lindo caminha e deixou a polegarzinha em cima da folha a chorar muito porque não queria viver com os sapos. Então os peixinhos roeram o pé da folha e deixaram-na flutuar corrente abaixo para muito, muito longe daqui.
Uma borboleta branca acompanhou-a por algum tempo e um besouro enorme, achando-a muito bonita, levou-a consigo.
Porém, quando as fêmeas da sua espécie a acharam feia, porque não se parecia em nada com um insecto, abandonou-a.
A princípio do Verão, viveu sozinha na floresta, comendo néctar e bebendo orvalho. Mas não tardou a chegar o longo e frio Inverno, e a polegarzinha, tão pequenina e delicada, não maior que o teu polegar, corria o perigo de gelar ou de morrer de fome.
Chegou por fim, a casa de um rato do campo, onde havia calor e conforto. A polegarzinha pediu-lhe um grãozinho de cevada.
O rato do campo foi simpático com ela e levou-a para a sua casa quentinha.
- Podes passar aqui o Inverno – disse ele – se me limpares a casa e me contares histórias! A polegarzinha não queria saber disso para nada. No entanto, quando cantou para o senhor Toupeira tinha escavado uma comprida galeria entre as duas casas, disse à Polegarzinha e ao rato do campo que podiam passar por lá, mas avisou-os para não se assustarem com uma ave morta que ali se encontrava. Tinha morrido com a chegada do Inverno, explicou, e em breve ali ficaria enterrada.
Assim, os três entraram juntos na comprida e escura galeria e não tardaram a chegar ao local onde se encontrava a andorinha morta, com as assas fechadas, bem encostadas ao corpo, as patitas e a cabeça metidas entre as pernas.
A Polegarzinha teve muita pena da pobre avezinha, mas o senhor Toupeira deu-lhe um pontapé. Não gostava de aves nem apreciava om seu canto.
A Polegarzinha pensou que talvez fosse este o pássaro que naquele Verão tão bem cantara para ela. Nessa noite não feno para o passarinho e envolveu-se em algodão macio para que tivesse algum calor naquela terra fria.
- adeus, querida ave! – disse ela.
- obrigada pelo teu lindo cantar! E encostou a cabeça ao peito do pássaro morto.
Foi então que sentiu qualquetr coisa a bater. Era o coração da ave! Afinal não estava morta, mas apenas inconsciente, e agora que pássaro fez a Polegarzuinha estremecer de susto, mas ela, enxaguou-se mais para o aquecer.
No dia seguinte desceu até lá para o ver. Encontrou-o agora já completamente acordxado e pôde vê-lo melhor.
- obrigado, minha querida! – agradeceu o pássaro doente.
Quis voar e ir-se embora, mas a Polegarzinha disse-lhe que lá fora era Inverno e que cuidaria dele.
A menina trouxe á andorinha comida e bebida e esta contou-lhe o que a tinha feito adoecer e quase morrer.

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